Constituição formal da Empreitel, Lda em 1968, de estrutura accionista cem por cento caboverdiana. A empresa foi constituída em parceria com outros quadros nacionais, a destacar Engº Teófilo de Figueiredo com 80% capital social, Eng.º Manuel Rodrigues com 10% e Eng.º Tito Ramos 10%; o objectivo maior da empresa era fixar em Cabo Verde quadros capacitados tecnicamente, pois na época, os recém-formados optavam quase sempre pela aventura profissional para as outras colónias Portuguesas.
Nesse período pré-independência (1968/1975) e empresa executou obras publicas importantes em quase todas as ilhas, nomeadamente Edifícios da nova rede de Telecomunicações em quase todas as ilhas, Asfaltagem das Ruas do Mindelo, o emblemático Edifício Galerias Praia (actual sede do Banco de Cabo Verde – Cidade da Praia) o que permitiu a acumulação de capacidade técnica e de produção, bem como o reconhecimento das capacidades endógenas para a execução de obras de tal envergadura.
Constituição da empresa de pescas SOMAR, Lda, cujo objecto social centrava-se nas actividades pesqueiras, nomeadamente a pesca e a exportação dos produtos haliêuticos e cuja estrutura accionista foi constituída por nacionais, os Srs. Teófilo de Figueiredo, Francisco Figueiredo e Manuel Rodrigues todos com quotas iguais. A empresa chegou a deter três traineiras a saber N/M Nª Sra. da Conceição, Baia de Palmeira e Neptuno e uma enviada (N/M Bravo). A empresa fez exportação em média, de 150 tons/ano de atum e 10.000 Kgs/ano de lagosta para a Europa. A empresa manteve-se activa até 1991/92.
Entretanto, entre 1975/78, devido à lógica colectivista implementada após a independência e pela necessidade de o Sr. Teófilo de Figueiredo prosseguir os seus estudos superiores em engenharia nos Estados Unidos da América, concluído em 1978 a Empreitel esteve em standby, com actividades reduzidas, mantendo-se, entretanto, a SOMAR em actividade.
A empresa redimensiona a sua actividade e envereda pela hotelaria, investindo na construção de uma unidade hoteleira em São Vicente, Cabo Verde. Em 1980 o sonho foi materializado com a inauguração e entrada em funcionamento do Aparthotel Avenida em Mindelo, que até à data está em funcionamento, sendo o primeiro empreendimento privado hoteleiro no pós-independência e durante muitos anos referência de qualidade nessa área em São Vicente.
Criação da Empreitel Figueiredo, Lda, cuja estrutura acionista é eminentemente familiar e nacional, sendo o Eng.º Teófilo de Figueiredo sócio maioritário, detendo 68% do capital social.
Entretanto, em 1986 recuperou alvará que tinha sido recusado pelo ministro da altura através de acórdão do Supremo Tribunal.
A Empreitel, já com a designação de Empreitel Figueiredo estruturou-se e voltou a afirmar-se no mercado nacional, realizando algumas obras importantes como os armazéns da FAO em diferentes ilhas e os primeiros edifícios para o IFH na ASA que fazem hoje parte do complexo das Comunidades para além das instalações fabris das empresas nacionais Sita - Cidade na Praia, MATEC, SN Sabões, SODIGÁS em São Vicente entre outras obras.
Nova aventura empresarial no sector dos transportes marítimos evidência a veia empreendedora do Eng.º Teófilo Figueiredo, que em parceria com mais dois acionista nacionais constituíram a empresa STM – Sociedade de Transportes Marítimos, para assegurar o transporte marítimo de cargas entre Portugal e Cabo Verde materializada com a aquisição dos navios o N/M Ribeira Brava (navio de longo curso) e o N/M Ribeira de Paul vocacionado para o trafego de passageiros e cargas inter-ilhas, actuando preferencialmente na rota São Vicente / Sto. Antão.
A partir de 1990, com a liberalização económica do país e da saída do Estado como operador directo no sector da construção, outras oportunidades surgiram. Entretanto, várias outras empresas nacionais surgiram como a Concave, a Engeobra, a Infra, as Construções Silva, etc. o que veio a proporcionar uma maior concorrência entre estas, na disputa pela liderança no sector.
É neste período que se verifica uma grande dinâmica no sector, o que permitiu a Empreitel Figueiredo executar uma carteira de obras quer de cariz público quer privadas.
A Empreitel Figueiredo, na perspetiva de diversificação das suas actividades, é accionista fundador da IMPAR, Companhia de Seguros, participação que mantém até aos dias de hoje, detendo 4,5% do capital.
A partir desta data, e numa perspectiva de médio e longo prazos, a Empreitel Figueiredo, tendo verificado que com a dinâmica implementada no sector de construção, através da infraestruturação do país, equipa-se em recursos humanos e equipamentos, para executar obras públicas como estradas, aeroportos, infraestruturas de saneamento básico, passando essa área a representar uma parcela importante do seu volume de negócios.
Na época executa obras importantes como sejam a Reabilitação do Aeroporto de São Filipe – Ilha do Fogo, Ilhas do Maio e Boavista e Reabilitação das Estradas da Ilha do Maio e ao mesmo tempo que continua a construir edifícios com alguma dimensão como a reabilitação profunda do liceu Pedro Gomes – Cidade da Praia, a sede do INPS em São Vicente, o Lar de Estudantes em São Vicente, o "upgrading" da estrada de Praia Baixo, Instituto Nacional de Investigação Pedogógica – INIP entre outras.
Estabelece uma parceria com a empresa portuguesa MSF, empresa de alguma dimensão em Portugal na modalidade de Consórcio Internacional, que se mantém até 2003 e ao abrigo da qual realiza obras de grande dimensão como: a Reabilitação da placa e pista do Aeroporto Internacional do Sal, a Construção da nova pista do Aeroporto de São Vicente, a Nova Estrada de Acesso ao Aeroporto da Praia, incluindo a marginal, as Infraestruturas do Parque Industrial do Lazareto em São Vicente, a nova estrada Espargos/Santa Maria – Ilha do Sal.
Por outro lado, a empresa experimentou a sua internacionalização através do mercado africano, tendo executado obras de reparação e construção de escola do ensino primário na Republica de São Tomé e Príncipe, bem como na República de Angola.
A Empreitel Figueiredo é acionista fundador do Banco Interatlântico detendo nesta data, Abril/2016, mais de 11% do capital social do banco.
Empreitel - Engenharia e Construção, consolida-se e afirma-se, além de ser a mais antiga, como uma das maiores empresas Caboverdeanas de construção e obras públicas investindo de forma importante no seu parque de equipamentos e em unidades de produção autónomas de agregados, betão betuminoso e betão hidráulico, sendo estas unidades, suporte para as actividades da empresa nesses domínios, e realizando obras emblemáticas e de significativa dimensão como a Estrada Ribeira Brava/Tarrafal em betuminoso e na modalidade de Consórcio, a Remodelação e Ampliação do Porto do Porto Novo, Construção da Estrada Manta Velha Cruzinha – Ilha de Santo Antão, Reabilitação da Estrada Variante São Domingos – Pedra Badejo-Calheta, na qual se inclui um túnel, na Ilha de Santiago, Construção do Terrapleno e a Construção da Estrada de Acesso Nordeste do Porto Grande – Ilha de São Vicente, Reabilitação do Cais da empresa ENACOL, para além da realização de outras obras de reabilitação de estradas, edifícios sociais e de habitação, industriais, de saneamento básico (água e esgotos), constantes no portfólio da empresa.
Na busca incessante de parcerias internacionais, nos seus vários domínios de actividade, o grupo Empreitel reactiva a empresa STM – Sociedade de Transportes Marítimos, com participação de uma empresa das Canárias, dedicando-se aos transportes marítimos inter-ilhas através do ferry roll on roll off Tarrafal a que se seguiu a aquisição do ferry do mesmo tipo Sal Rei em 2006. Durante esses 6 anos a STM realizou dezenas de viagens transportando passageiros e carga entre as ilhas de São Vicente / São Nicolau / Santiago/ Boavista que permitiram uma oferta diferenciada de transporte marítimo inter-ilhas, com carreiras regulares. Em 2009 vendeu a sua participação na STM ao sócio das Canárias com quem tinha reactivado a empresa em 2003, saindo da empresa.
Entra como acionista minoritário (com 26%) num grande projecto turístico em Salamansa em SV, constituindo-se a ITS – Imobiliária Turística de Salamansa, dona do terreno e do projecto.
O Grupo Figueiredo, SGPS, adquiriu a totalidade do capital ao sócio maioritário que detinha os remanescentes 74%. Nesta data, Junho de 2016, o projecto foi retomado há cerca de um ano com a realização de vários estudos, projectos e trabalhos preliminares, e prevê-se que ainda em 2016 serão lançados o empreendimento e iniciadas as obras de arranque do projecto.